HISTÓRIA DO 1º DE MAIO
UMA HOMENAGEM QUE FAZEMOS A TODOS OS TRABALHADORES:
DIA DE LUTA E RESISTÊNCIA
Cidade de Chicago, Estados Unidos da América, dia 1º de Maio de 1886. Os trabalhadores lutam pela redução jornada de trabalho para oito horas diárias. Governos e patrões afirmam que a sociedade irá à ruína, que a vida econômica irá acabar, caso a “exigência absurda” seja atendida. Assim sendo, naquela época, todos os que lutavam pela redução da jornada de trabalho era perseguido. Os jornais estampavam, com freqüência, notícias sobre prisões, perseguições e mortes de trabalhadores. Ocorreu que neste dia 1º de Maio de 1886, as organizações sindicais lançam uma palavra de ordem unitária, surgida tempos antes na França, em 1840, e na Inglaterra, em 1842, qual seja:
“Oito horas de trabalho!” “Oito horas de repouso!”
“Oito horas de lazer e educação!”
Os trabalhadores abandonam as fábricas e manifestações são realizadas nos principais centros industriais dos Estados Unidos. O ponto principal da luta será em Chicago. É sábado e a cidade amanheceu parada. As fábricas e o comercio não funcionam. Uma multidão toma as ruas de Chicago em passeada. Famílias inteiras rumam em direção à PRAÇA HAYMARKET, numa manifestação pacífica, que termina com um grande comício, sem qualquer incidente.
Na segunda-feira, dia 03 de Maio de 1886, a greve continua nas empresas que se recusam a aceitar a jornada de 8 horas darias. Na fábrica MCCORMICK HARVESTER, a polícia dispara contra um grupo de operários. Resultado: seis mortos, cinco feridos e centenas de trabalhadores presos.
A liderança do movimento, apesar do clima de revolta, procura acalmar os operários e convoca nova manifestação para terça-feira, às 19h30min, na mesma PRAÇA HAYMARKET. No início da noite de terça-feira, dia 4, os trabalhadores surgem de todos os cantos da cidade, para mais uma manifestação. Quando o comício termina e o povo começa a se dispersar, a polícia entra novamente em ação, com a mesma violência do dia anterior.
No meio do tumulto, uma bomba explode, matando dez policiais. Nunca se descobrirá quem atirou a bomba. Mas em represália, cerca de 80 trabalhadores são mortos, há muitos feridos e sete sindicalistas, que ficaram conhecidos como: “Mártires de Chicago”, acabam presos, são eles: AUGUST SPIES; SAM FIELDEM; OSCAR NEEB; ADOLF FISCHER; MICHEL SCWAB; LOUIS LINGG e GEORG ENGEL. Foram todos julgados como autores do lançamento explosivo. O julgamento começa no dia 21 de Junho de 1886.
Sabendo a forma de ação da Justiça e que eles seriam condenados à morte ou a prisão perpétua, os trabalhadores se apresentam ao Tribunal, não como acusados, mas como acusadores; conscientes de que com esse procedimento agravariam ainda mais a situação e atrairiam a sentença de morte.
O julgamento dura vários dias. O Tribunal condena quatro dos sete acusados à morte e três a trabalhos forçados por muitos anos. Entretanto, antes da execução, um deles, LUIS LINGG, escreve uma carta, na qual procura eximir seus companheiros de qualquer participação na explosão e se suicida na cela. Em 09 de Outubro de 1886 foram condenados e em 11 de novembro de 1887, quatro homens são enforcados. Seis anos depois o processo é revisto e todos são considerados inocentes pela Justiça. Os três sobreviventes são soltos.
A DATA COMO DIA DE LUTA.
Em 1891, em Paris, trabalhadores socialistas dos países industrializados da época reunidos num Congresso da Internacional Socialista, consagram esta data como o dia da luta pelas 8 horas de trabalho. Naquele tempo os operários viviam numa grande miséria. Trabalhavam 12, 15 e até 18 horas por dia. Não havia descanso semanal nem férias.
A filosofia política que dominava o Estado, na época, era o liberalismo, que significava liberdade total às forças produtivas: Capital e Trabalho. Porém, essa Doutrina Liberal significava, na prática, liberdade para os patrões explorar os trabalhadores sem limite nenhum. Aos trabalhadores não se permitiam direitos, apenas deveres, que custaram a saúde e a vida de milhões de homens, mulheres e crianças.
Assim, o mundo do trabalho não tinha leis para proteção aos trabalhadores e em razão dessa situação adversa de vida miserável e sem direitos os trabalhadores logo reagiram. Em 1842, no Norte da Inglaterra, acontece a primeira greve geral da história. A principal exigência dos trabalhadores era a redução da jornada de trabalho, reivindicação atendida em parte quando o Parlamento Inglês aprovou, em 1848, uma lei que estabelecia o limite da jornada de trabalho para o adulto em dez horas diárias. Na França, no ao de 1840, uma greve de mais de cem mil operários agitou o pais e, ao final, conquistaram a redução da jornada de trabalho em Paris, para 10 horas.
Tudo o que os trabalhadores conquistaram foi fruto desta luta da classe. Através dela foram conquistadas a jornada de 8 horas, as férias, o descanso aos domingos, a previdência social, a indenização por acidente, a aposentadoria, tudo enfim.
Com o final da 1ª Grande Guerra Mundial (1914-1918) e com a fundação Liga das Nações (antecedente à atual ONU), foi criado a OIT (Organização Internacional do Trabalho), organismo criado tratar das questões do trabalho no mundo e editar Convenções.
Assim, com a prerrogativa de aprovar Convenções (as chamadas Convenções Internacionais da OIT) com o objetivo de os países membros firmarem normas uniformes em disciplina às relações de trabalho, atenta a OIT para as lutas e as greves dos trabalhadores, por essa conquista, que continuava forte na maioria dos países industrializados na Europa pós-guerra e nos Estados Unidos. Na primeira reunião da OIT, em Outubro de 1919, foi aprovada e divulgada a CONVENÇÃO nº 01, definindo que todos os países membros adotassem a semana de 48 horas, ou seja, com a jornada diária de trabalho de 8 horas. E assim acabariam as lutas e as greves por essa reivindicação, conflitos que já durava oito décadas e assim, foi selada a CONQUISTA pelos TRABALHADORES do MUNDO TODO.
1º de MAIO de LUTA pelas 8 horas da jornada de trabalho no BRASIL:
Já em 1890, no Brasil, pequenos grupos de operários socialistas começavam a discutir o 1º de Maio como sendo da data da luta pela jornada diária de trabalho de 8 horas. A partir de 1895, em Santos, realizaram-se reuniões e pequenas manifestações para celebrar esta data. Dez anos depois, em 1906, a Federação Operária do Rio de Janeiro (FORJ), convida sindicatos e organizações operárias do país para uma reunião nacional. Em 15 de Abril, no Rio de Janeiro, então Capital Federal e maior cidade da América Latina, com meio milhão de habitantes, iniciou-se o 1º Congresso Operário Brasileiro e decidem criar uma Confederação nacional COB, e seu jornal quinzenal, a Voz do Trabalhador, Por decisão unânime, a luta da central recém criada – COB – deveria ser a conquista da limitação da jornada diária de trabalho em 8 horas. Para isso, a data comum da luta estava marcada: 1º de Maio do ano seguinte, na forma de um “grande protesto de oprimidos e explorados”, com objetivo de que o operariado do Brasil no dia 1º de Maio de 1907 imponha a luta pelas 8 horas de trabalho. Entretanto, mesmo durante o ano de 1906, aconteceram várias greves pelas 8 horas. Quase todos os setores da construção civil no Rio de Janeiro param e conquistam, pelo menos momentaneamente, a jornada de 8 horas. Os ferroviários de Jundiaí fazem uma greve que termina com vários mortos e feridos e a promessa das 8 horas em 1º de Maio de 1907. Em Porto Alegre, em setembro de 1906, há uma greve de várias categorias de trabalhadores e conquistam, ao final, a limitação da jornada diária de trabalho em 9 horas, em todas as fábricas. Em São Paulo, com quase 300 mil habitantes, a polícia ocupa a Praça da Sé e as ruas próximas, para impedir o 1º de Maio. A manifestação não acontece, mas dias depois, os trabalhadores param as fábricas da Capital e de várias cidades do interior. Muitos operários de origem estrangeira (imigrantes) são expulsos do País, como “agitadores”.
Ao final a Classe Trabalhadora consagra-se vencedora nessa grande Luta, diante da conquista da jornada de trabalho limitada em 8 horas diárias.
Assim sendo, a limitação da jornada de trabalho em 8 horas diárias está entre as grandes conquistas dos trabalhadores, daí a importância do 1º de MAIO DIA de LUTA. VIVA o 1º de MAIO! VIVA a CLASSE TRABALHADORA!
FONTE de PESQUISA - (Principais):
CASTRO, Ferreira de – obras completas, vol.3, Diário de Viagem, Ed. Aguilar; DIAS, Everaldo – História das Lutas Sociais no Brasil, Ed. Alfa-ômega; DEL ROIO, José Luiz – A história de um dia 1º de Maio, Editora Ícone; ENGELS, Friedrich – A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, Editorial Presença; ANTUNES, Ricardo - O que é Sindicalismo, São Paulo Brasiliense; Publicações CUT 1º de MAIO – NPC, Maio 2006 e 1º de MAIO – História de Luta, São Paulo, Abril 2004.
LEITURAS que SUGIRO:
EM HOMENAGEM aos TRABALHADORES nesse 1º de MAIO, e para melhor COMPREENSÃO de fatos e momentos históricos das lutas operárias, com fortes reflexos no MUNDO ATUAL - (Tratando-se de obras não jurídicas).
1: CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS do AVANÇO TECNOLÓGICO - Karl Marx, Ed. E.P. Edições Populares – Apresentação Rudi Supek, Outubro de 1980, 1ª Edição, obras completas, volume 1 – (Apresentação - A Época da Automatização vista por Marx).
2: O APANHADOR de SINAIS, Karl Marx, editora brasiliense, 2ª Edição, 1987, por Horácio Gonzáles.
3: MARX e ENGELS – Cartas Filosóficas & o Manifesto Comunista de 1848, Ed. E.M. EDITORA MORAES, 1987.
Com a mecanização dos processos produtivos, a humanidade devia era ter umas quatro horas de trabalho (a partir da adolescência, com revezamento de seis meses entre campo e cidade nos anos de ensino médio) oito de descanso, e as doze restantes divididas entre educação e ócio criativo.
ResponderExcluirmuito bom... dia 1...
ResponderExcluirhttp://pareenoz.blogspot.com/
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